segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Tudo sobre Plutão e seu rebaixamento

Antes de explicarmos a decisão tomada pela União Astronômica Internacional (IAU) em 2006, é preciso entender sobre seu descobrimento e suas características básicas que o difere dos outros planetas do sistema solar.
            Em 1840 Urban Le Verrier, um matemático e astrônomo francês, utilizando métodos da mecânica de Newton, previu a posição de Netuno, que na época ainda não havia sido descoberto.  Nos anos seguintes, a descoberta de Netuno e as observações de Urano demonstravam que sua órbita (Urano) estava sendo perturbada possivelmente por outro corpo celeste, que posteriormente foi nomeado de planeta X, apesar de não ter sido encontrado.

Urbain Le Verrier. Fonte: Wikipedia

                O suposto planeta X só foi encontrado posteriormente em 1930, pelo Observatório Lowell. Sua nova nomeação passou a ser Plutão, sugerido por Venetia Burney, de 11 anos na época, de Oxford. Seu nome remete à mitologia clássica no qual Plutão era o deus romano do submundo.  Seu novo nome se tornou uma homenagem nos desenhos da Disney, com o cachorro Pluto e, além disso, o novo elemento descoberto, o Plutônio, seguia a tradição de sempre nomear novos elementos a partir de planetas descobertos.
                Porém, o mistério do planeta X não parou por aí. A massa de Plutão com o passar do tempo foi diminuindo, chegando a 0,2 % da massa terrestre. Com esse valor, a causa da perturbação de Urano devido a Plutão não era plausível. Com novas observações e novos dados coletados pela sonda Voyager 2, em 1922, a necessidade de existência de um suposto planeta X foi descartada e no fim da década de 70 com a descoberta de 2060 Chiron a classificação de Plutão como planeta começou a ser questionada.
               Plutão leva 248 anos para completar uma órbita. Diferentes dos outros planetas, que possuem uma órbita elíptica próxima a um plano horizontal, sua órbita tem uma excentricidade mais inclinada, algo superior a 17°, fazendo com que uma parte de sua órbita fique mais próxima do Sol do que a órbita de Netuno.

Representação das órbitas de Plutão e Netuno. Fonte: Wikipedia

 Ele pertence ao cinturão de Kuiper, uma área que compreende de 30 UA a 49 UA em relação ao Sol (leia mais sobre unidades de medições aqui). É composto basicamente de gelo e rocha, como a maioria dos outros corpos do cinturão. Alguns fatos foram decisivos na classificação de Plutão como um planeta anão, principalmente com a descoberta de corpos trans-netunianos (asteróides e cometas) no cinturão e outros diversos corpos de tamanhos maiores ameaçando sua supremacia na região. Eris, um dos corpos descobertos na região, é o nono maior objeto do sistema solar, possui uma massa de 27% maior do que Plutão, porém sua distância em relação ao Sol é três vezes maior.
  A descoberta de Eris acarretou uma discussão na sociedade científica, seria possível admitir a existência de outros planetas em nosso sistema solar com tal distância? Esses corpos exerciam alguma função essencial em nosso sistema? Como solução, foi criado o termo planeta-anão, que designa corpos celestes de pequenos tamanhos, que orbitam o Sol e possuem gravidade suficiente para criar uma órbita, não sendo gravitacionalmente dominantes. Há outros planetas também denominados anões, como por exemplo, Haumea e Makemake.
 Alguns astrônomos atualmente classificam Plutão e seu 'satélite' Caronte como sendo um sistema planetário anão binário, devido aos seus tamanhos similares (Caronte possui metade de seu tamanho) e a um sistema de acoplamento de marés, no qual a face de Plutão em relação à caronte é sempre o mesmo.
Foto do telescópio Hubble (NASA). No canto inferior esquerdo, Plutão. No canto superior direito, Caronte.

                    
                   Referências Bibliográficas (textos adaptados):


06/02/2012 09h33
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